quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

SÃO PAULO, BEM COM ELA, MELHOR SEM ELA... SERÁ?

Durante quase toda minha vida, até o momento, residi na cidade de São Paulo, a 5a maior cidade do planeta em questão de habitantes e posso lhes dizer que sempre tive o sonho de morar longe daqui.
Meu sonho sempre foi morar em uma cidade em que eu pudesse praticar esportes e viver dele no futuro, mas também que pudesse desfrutar de um desenvolvimento, de gente civilizada e educada, de gente de alto nível socioeconômico, de gente alegre e animada, por fim, de gente bonita é claro (muito bonita).
Meu sonho é claro, não passa de um sonho.
Vivi e/ou estive em algumas cidades Européias e em algumas delas obtive um alto grau de satisfação e uma sensação de quase contemplar a lista em todos os quesitos. Quase!
As cidades européias funcionam assim: A capital é uma metrópole, dominante na questão econômica e tecnológica do país referente. È normal que cada país tenha 2 ou 3 grandes cidades, mas se você mora fora destas cidades... A sua rotina é bem diferente da vivida nas metrópoles.
Calmas, pacificas, com economia auto-sustentável, sem grandes negócios, nenhum arranha-céu, e em sua maioria povoada de bicicletas como meio de transporte (exceção as cidades montanhosas), essas são as cidades que rodeiam as cidades metrópoles da maioria das cidades européias.
Cidades em que o evento mais aguardado do ano possa ser a corrida da cidade (que mobiliza toda a cidade), das crianças aos vovôs e vovós, cidade essa em que a feira de artesanatos e roupas é realizada nas avenidas principais do “vilarejo”.
Em cidades assim, temos como rotina uma vida mais saudável, mais pacata, sem grandes agitos, mas com muita paz e tranquilidade para exercermos nossos trabalhos, onde é possível focar todas as atenções as poucas tarefas que temos no dia-a-dia.
Nessas cidades, normalmente o mercado fecha cedo, a partir das 18h já temos quase tudo fechado, os supermercados fecham um pouco mais tarde, questão de 1 ou 2 horas mais tarde, e verdade é que: a partir das 20h não se tem mais nada aberto, sem supermercados, sem famarcias, sem lojas ou shopping center (inexistente na maiorias dessas cidades), e o jeito é mesmo ficar em casa ou dar uma voltinha na praça principal da cidade para ver o que esta rolando. As únicas coisas abertas neste horário são os restaurantes (que não são muitos) em que o povo pode sair para comer alguma coisa diferente da comida caseira.
Cidade pacata, pacifica, sem violência, sem transito, sem grandes noticias nos jornais, essa são as cidades periféricas das grandes cidades Européias.
Agora voltemos a São Paulo, a metrópole, a gigantesca cidade, “selva de pedra”, com violência, transito, todos gritando, estressados, correria, a cidade com filosofia que tempo é dinheiro.
Posso dizer para vocês leitores, em São Paulo as coisas acontecem! Você vive, uma vez li um ditado muito sabia que diz: Você só esta vivo se viver a vida. De que adianta toda aquela paz se nada acontece? De que adianta morar em um país desenvolvido se você precisa de um remédio as 10 da noite e não tem nenhuma farmácia aberta? De que adianta você não ter transito, mas não ter ninguém pra conversar no carro, ou tirar um pequeno racha, ou simplesmente paquerar o carro visinho cheio de mulheres?
Ou de que adianta você sair com fome de uma balada e não ter nem um Mac, nem um Burger King, nem nenhum fast food aberto com toda aquela gente reunida dentro dele conversando sobre como foi a noite (todo mundo bêbado é claro).
São Paulo é uma das piores cidades do mundo para se viver, e eu posso afirmar isso porque sou Paulistano, nasci aqui e vivo aqui, mas é onde as coisas acontecem! É onde a vida acontece! Se temos memórias engraçadas ou tristes, fatos cômicos ou desastrosos, eles acontecerem aqui, e acontecem diariamente a todos aqueles que se deixam viver.
É horrível morar em São Paulo, com poluição, transito, assaltos, estresse, mas morar fora de São Paulo é pior! É morrer de tédio, é dormir para sempre, até não querer mais e mais um pouco.
Infelizmente São Paulo é como uma droga ou cigarro, faz mau a nossa saúde, mas não conseguimos viver sem.
Em São Paulo, as pessoas vivem, gritam, extravasam, brigam, se machucam, dançam, se divertem, riem, ficam loucas, tudo aqui é possível. São Paulo é a cidade em que cada um pode deixar a loucura transparecer, e temos todos os suportes para que cada louco seja ele mesmo. Em São Paulo, as pessoas não tem medo de ser ridículo, estranho, ou sensível, elas simplesmente são elas mesmas.
É por isso que o brasileiro é diferente do povo Europeu, nós somos nós mesmos, nos entregamos de alma e coração a tudo que fazemos, somos loucos e sãos ao mesmo tempo. Quando meus amigos Europeus me dizem para tomar cuidado por causa de roubos nas cidadezinhas, Digo a eles uma frase que ouvi de um grande comediante brasileiro mas que é a mais pura verdade: Eu sou brasileiro, se andar por São Paulo ou Rio de Janeiro sem camisa, me roubam os mamilos! E é verdade, somos super atentos a tudo o que esta a nossa volta quando andamos na rua, e só somos atentos, espertos e ligeiros dessa forma porque nosso lar nos torna assim.
Cá entre nós, São Paulo é um vicio, uma vez vivendo na rotina descontrolada e insana desta cidade, nunca mais nós nos acostumamos a outros lugares calmos e...”sem graça”.
Na semana seguinte, escreverei sobre um tema polemico. A estranha ficha rosa.

Escrito por Filipe Toledo

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